Tinha ainda meus dezesseis anos, foi a primeira vez que o vi. Não era seu rosto angelical que me atraía, tinha um magnetismo que me ligava a ele como um ímã ao prego. Quando o conheci minhas mãos tremiam senti um frio na espinha. Ele me perguntou se não estava passando bem, eu respondi que não. Disse estar sofrendo de um mal desconhecido até então. Ele, inocentemente, perguntou que mal poderia ser este?
Olhei para os olhos daquele menino e pela primeira vez na vida disse: - Creio ser mal de amor, meu coração não está acostumado a ele, razão pela qual me encontro assim meio desajustada.
Ele, ainda naturalmente, me perguntou que coração podia causar um mal de tamanha natureza?
Com um nó na garganta respondi: - Você!
E vi aquele rosto moreno ficar “branco” e os olhos daquele menino me fixaram de uma forma tal que jamais esquecerei. Era o primeiro amor que chegava assim, meio tímido, inocente, mas avassalador. Ele, ainda não desfeito do susto, me disse: - Eu não sei o que dizer.
Eu lhe disse: - Então não diga nada.
Ele alisou o meu rosto, ficou me observando por um bom tempo, e depois me beijou. Se pudesse parar o tempo, eu pararia naquele momento sublime. Não sei se foi a pureza da idade, se a beleza daquele rosto ou mesmo aquele momento maravilhoso. Mas algo que jamais acontecera, que eu não sei o que foi, aconteceu naquele instante. Hoje muito tempo se passou, mas ainda tenho meu menino. Aquele que me deixou doente de paixão, sentindo calafrios, sentido que o mundo era só nosso, que nada mais importava, a não ser o amor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário